O autor da PEC, senador Wellington Fagundes (PL-MT), tem alegado que a realização de eleições de dois em dois anos prejudica o planejamento das administrações públicas. Outro forte argumento para a data unificada é a economia dos gastos públicos. De acordo com informações divulgadas pelo próprio Senado, os custos das eleições de 2022 foram estimados em R$ 1,3 bilhão e, para as eleições municipais deste ano, estão previstos R$ 4,9 bilhões do Fundo Especial de Financiamento de Campanhas Eleitorais.
Mas a verdade é que o assunto é polêmico. Embora haja, sim, fortes argumentos a favor da eleição com data unificada, também existem muitas críticas em relação a ela. É questionável, por exemplo, o argumento sobre a economia de recursos públicos, uma vez que não há estudos claros sobre qual seria o impacto financeiro da aprovação da PEC. Ela realmente trará economia? Ou, no fim, os custos serão os mesmos? Essa é uma questão a ser respondida.
Outro ponto que merece reflexão diz respeito à sobrecarga da Justiça Eleitoral. A unificação da data das eleições exigirá ampliação da estrutura existente hoje para que os registros e análises de todas as candidaturas, que, diga-se de passagem, são bastante numerosas, possam ser realizados de forma eficiente. Isso sem contar os julgamentos de denúncias e recursos que comumente são impetrados no decorrer das campanhas.